Quando acordei, às 8h da manhã, de ressaca, a dor de cabeça me fez entender o que é amor. Percebi também que até aquele dia, não fazia ideia do que essa palavrinha poderia significar.
Para uma pessoa como eu, que vive um personagem por dia, é
claro que as coisas não seriam fáceis, simples ou calmas.
Não sei se devo escrever mais sobre nosso encontro e como
esse homem é formidável ou se dedico minhas palavras aos clichês românticos que
lemos em 50 posts nas redes sociais todos os dias.
Eu nunca fui do tipo clichê, que pensa em passar anos ao
lado de alguém, postar fotos bonitas, viajar e ter alguém para chamar de meu
nas festas entre amigos. Eu nunca pensei muito em relacionamentos, e hoje,
quando analiso meu conhecimento sobre namoros, vejo que eu só tinha como base
aquilo que assistia na tv.
Ao abrir os olhos naquela manhã, peças se encaixaram.
Tudo começou com risadas, cerveja e sexo, como uma típica
noite de sexta. Não havia sido uma semana tranquila, e tudo que eu me lembro
foi de estar desesperada sem motivo algum.
O amor dele chegou aos poucos. Primeiro, pacientemente me
perguntou se estava tudo bem, enquanto, provavelmente, eu balbuciava algumas
palavras e me debatia. Depois, o amor foi se intensificando, enquanto ele
tirava minha cabeça de dentro da pia cheia de água e tirou minhas mãos do meu
pescoço.
Podem ter sido minutos, horas, eu não perguntei e não tenho
coragem. Pra ele, um filme de terror, enquanto eu não estava sóbria nem sã para
entender a situação e me acalmar.
Depois de toda preocupação e angústia que aquele homem, tão
paciente, passou ao meu lado, eu nem sabia se ainda era meu.
Mas, como a vida tinha um ensinamento árduo que me esperava
naquela manhã, ele ainda estava ali. Foi quando abri os olhos e compreendi,
depois de dois anos ao lado dele, que o amor se fez presente em cada momento
até ali.
Talvez focada demais no meu ciúme doentio, nas flores e
presentes ganhados, nas dedicatórias, não percebi que ele me amou até quando eu
não era eu.
O amor se faz em momentos de crise, turbulência, onde
demônios riem e dançam a nossa loucura e, enquanto nos perdemos e mergulhamos
sem pensar em ninguém, o outro, como que sem nenhum esforço, nos acompanha
zelando por nossa integridade física e mental.
O amor está tão além da foto de um casal, além de músicas,
além de relatos, além dessas minhas palavras...
Texto e foto de Ingrid Mariano, ela também escreve no continuer à respirer .
Texto e foto de Ingrid Mariano, ela também escreve no continuer à respirer
Romantismo...
ResponderExcluirVocê escreve bem, parabéns! (:
Que crônica linda. Parabéns pelas palavras e pela sensibilidade, Ingrid. Adorei!
ResponderExcluirThati Machado;Aliança de Blogueiros RJ!
http://nemteconto.org