Dentre tantos textos já redigidos, assim, na frente de um computador, poucos falavam realmente sobre mim.
Falar sobre o que o outro fez, como reagi, onde pisei acompanhada, torna a escrita confortável e inspiradora. Fiz de mim filha rebelde por culpa dos pais, mãe jovem que vive pelo primogênito, estudante que vive um sonho, mulher que superou...
Me fiz amante, puta, traidora, melhor amiga, dissimulada.
Papel na vida de alguém, sendo ninguém.
Ao sentar aqui e transbordar o que quer que seja sobre o meu ser, é me despir dos papéis e imposições sociais. É ir além, ao fundo, na vida passada, ao anseio da seguinte.
É ir ao momento e no fundo da crise, onde a ferida dói, onde o sangue escorre, onde nada nem ninguém importa .
Ir fundo, dizer quem eu sou, não é apenas digitar e entreter, narrar, ser locutor. É entrar dentro de casa, dentro do eu e sozinha saber reconhecer algo que seja só meu.
Não sei bem que nome dar, mas ao chegar , enfim, avistei algo que explodia e consumia o que ousava tocar. Maré, vulcão, tempestade, calmaria, brisa. Violenta e silenciosa. Eu transbordo e cuspo coisas que não sei identificar. Eu não sei o que eu sou, além de lar.
Texto e foto de Ingrid Mariano, ela também escreve no continuer à respirer
Eu sei escrever textos bonitinhos... isso não faz de mim bom, mas você é outra pegada. Parabéns, você é ótima... deveria investir nisso!
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